#72 – Aula para Conjuradores: Símbolos e Desenhos

É uma pergunta que vez ou outra recebo, sempre alguém pergunta como usar esse ou aquele símbolo, seja um veve de um dos lwa da religião Vodou ou um pantaculo de Salomão¹.

Selo de Salomão, o rei Mago judeu , do qual há uma conhecidíssima obra "As clavículas de salomão" Grimórium de magia.
Selo de Salomão, o rei Mago judeu , do qual há uma conhecidíssima obra “As clavículas de salomão” Grimórium de magia.

Para começar este assunto eu gostaria de destacar em primeiro momento a forma confusa como essa pergunta é feita, normalmente ela é assim: “Símbolo tal faz parte do Hoodoo?” ou “Usar tal símbolo é Hoodoo?” quando na verdade o que deveria ser perguntado é “Como usar tal símbolo usando técnicas de Hoodoo?”

Em antigos livros de magia, como As Chaves de Salomão ou o Black Pullet encontramos uma coletânea de símbolos aos quais se atribuem o poder de surtir determinados efeitos, esses livros descrevem a forma tradicional de faze-los, os matérias e horários, os rituais para consagra-los.

Isso não é Hoodoo e ao mesmo tempo é, é Hoodoo porque os grimorios são um dos grandes pilares dessa tradição, mas não é Hoodoo porque esse descarta qualquer tipo crença religiosa, e tais grimorios eram corpos de praticas religiosas com “magica”, assim: é Hoodoo o que contem nos grimorios pelo fato de que usamos seus símbolos e sua simbologia, mas não é hoodoo a parte filosófica que esta ali.

É perteitamente legítimo e utilizavel qualquer símbolo dentro das práticas do Hoodoo, desde que sejam utilizadas técnicas de Hoodoo, caso contrário não será Hoodoo, ou seja se você pegar um selo de algum espírito goético, colocar no triângulo e chamar o bicho isso não será Hoodoo e sim goétia, ficou claro?

Então vamos partir agora para um roteiro básico sobre como utilizar símbolos no Hoodoo. O primeiro passo é você saber o que quer fazer e a partir disso pesquisar quais símbolos utilizar tomando por base sua descrição de acordo com a fonte de onde é extraído.

Agora vejamos algumas utilizações: Um símbolo como um cúrio (curiosidade): Um símbolo tem características próprias que lhes dão uma função e uma personalidade nesse mundo, e sendo assim uma alma, fazendo do mesmo um cúrio.

Então pode ser utilizado como tal, pode ser adicionado a bolsas mojo, a frascos de mel e vinagre, a garrafas de feitiço e a banhos. Pode ser queimado e suas cinzas usadas como pó de intenção ou misturada a outros pós.

Um símbolo como uma petição de intenção escrita: É claro que um símbolo possui uma intenção, fazendo-se assim como uma petição. Sendo assim desenhe-o em papel e vista-o com óleo como se faz a uma petição convencional, se desejar escreva também a intenção ou nome do alvo, e antes de dobrar adicione dentro curios pessoais, foto, etc.

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Assim como uma petição convencional pode ser aplicado sob velas, frascos etc. Um símbolo como elemento de contágio: A crença no contágio nos diz que através de representações ou elementos diversos colocados em contato com uma pessoa ou lugar podemos contagiar magicamente essa pessoa ou lugar, e essa é uma das crenças chave do folclore Hoodoo.

Esconda ou enterre determinado símbolo no local ou na casa quem deseja contagiar, desenho-o em uma parede para abençoar, proteger ou punir um local, desenhe-o no chão em um local onde a pessoa alvo possa pisar, prepare um boneco da pessoa, desenhe o símbolo em papel e ligue-o a pessoa com um alfinete no peito ou testa.

Por hora é só. Espero ter ajudado, foi um prazer escrever. “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos.” (Mt 11:25)

Texto: Miguel Figueiredo.

Nota.: 1 – Sim, eu apesar de cristão gosto, estudo, pratico e sou um curioso de Hoodoo e Conjure, e não vejo choque entre essa prática e a fé que professo.

 

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