#48 – Aula para Bruxas: Novas bruxas e suas novas tradições

Todos os dias surgem novas tradições no cenário pagão brasileiro, não sabemos de onde essas tradições veem, porque surgem, quem são os fundadores – quais suas procedências – só sabemos que ela passa a existir e o pior, algumas dizem ter anos de fundação – mesmo tendo nascido em um dia anterior –, dizem ser milenar… enfim… vamos falar sobre bruxas e tradições.

O que seria uma tradição?

Tradição não é algo que dizemos “criei uma tradição, ou fundei uma tradição…” tradições não são criadas, inventadas… tradições acontecem, elas nascem sem que percebamos. Tradição é uma senhora que sempre conhecemos, porque ela sempre esteve lá.

Para entender uma tradição pense assim: “é um conhecimento que simplesmente sei, sem saber quem me passou, porque ele sempre foi.”

Se for uma tradição familiar, é porque foi passada de pai para filho, de pai pra filha, de mãe pro filho, de mãe pra filha… e quando esse filho ou filha teve filhos ele ensinou o que aprendeu com a mãe. Um exemplo tradicional é o arroz, ninguém sabe quem inventou, mas ele é tradicional porque foi passado oralmente “da boca ao ouvido” por alguém a muito, mito tempo até chegar a você nos dias de hoje.

As vezes a tradição é tão antiga que nem sabemos quem foi seu fundador, sabemos apenas um pouco da história da tradição – e isso é o suficiente.

Existem tradições que são abertas, existem tradições que são fechadas.

Mas como saber se virou tradição?

Avaliemos um fato. Digamos que você crie um coven, grover, grupo de estudo, círculo. Ele cresce, se expande, então as pessoas se desvinculam do seu grupo, criam seus próprios grupos, e depois de alguns anos as pessoas desses grupos se desvinculam para criar outros… todos eles praticam as mesmas coisas ao longo de anos… isso é uma tradição, porque todos dividem costumes e peculiaridades passados de uns aos outros sem modificações ou interferências.

O que não é tradição?

Tradição não nascer do dia pra noite. Tradição não tem cinco anos – a não ser que seja uma tradição pequena, por exemplo: o modo de fritar um peixe, fazer uma carne, preparar um arroz. Tradição não é inventada.

Como identificar uma tradição séria? Inmetro(2)

Ninguém é “inmetro” magico, logo ninguém pode apontar o dedo para dizer: – você tá certo ou você está errado –, mesmo que sejam grupos tradicionais, porque ainda sim os grupos tradicionais são autônomos.

MAS, vai do bom senso, do caráter, do lado integro dos “dirigentes” de tal tradições se posicionarem, a transparência é tudo – ou é nada -, em magia ou paganismo não existe meio termo, ou é ou não.

Então a forma mais clara de identificar um grupo sério é pelo posicionamento dele, pela clareza com o qual ele se porta – e principalmente as pessoas principais desses grupos.

Um grupo sério não expõe as práticas mágico-religiosas, porque isso não cabe a carne, mas ao espírito (falo essa parte como alguém que pratica uma bruxaria tradicional). Um gripo sério não se expõe, não expõe seus membros (isso aprendi com os anos… não apenas por vivenciar isso, mas por observar isso.)

Modinha – uma tradição não é criada como falei anteriormente, não é porque um nome é legal ou bonito que pronto, é o nome da tal tradição…

Drama – tem certos grupos e certos “dirigentes” de grupos que “criam” suas tradições e fazem um drama tão grande, mais tão grande, que as vezes dá vontade de chorar, a estória de Jó parece um nada perto de certas estórias de certos grupos tradicionais – que são muitas vezes calcados na mentira e na pura invenção… algo que faz carochinha se envergonhar de suas estórias – porque a trama é bem feita, feita justamente para convencer o novato (vulgo: neófito) a estar lá enfeitando o ambiente do presépio.

Como fazer para entrar em um grupo que contém uma tradição séria?

Antes de mais nada, se pergunte, “Qual a necessidade de fazer pare de um grupo, ou qual a necessidade de fazer parte de uma tradição?” quando você souber responder isso, com certeza um grupo tradicional irá se apresentar pra você, a busca só leva o buscador onde ele precisa chegar.

Não entre me qualquer “tradição” pensando que é melhor está acompanhado do que está sozinho.

Tradições sem raízes só oferecem palco para brigas, egos inflamados, donos da verdade e uma série de outros.

Então, se você tiver calma, paciência, a verdade não te será negada.

Obs.: Atenção bruxa e bruxo que cria tradição todo dia, e muda o nome da tradição toda noite – cuidado com essa necessidade de controlar, o controle afasta as pessoas do caminho aos quais ela deve trilhar. Seja sincera, humilde e verdadeira com sua busca e todo o caminho até onde você tem de ir, será sincero, humilde e verdadeiro com você. Não saia por ai modificando tradições pra que elas pareçam fáceis, se são difíceis é porque tem algo a ensinar, então ao invés de trapacear, aprenda, ou caia fora.

Cai em uma armadilha, o que fazer?

Simples demais meu amig(o/a) – escolha se você quer: 1 – ficar; 2 – sair.

Se você escolheu a opção número 2, agradeça pelo tempo que “desperdiçaram” com você – como falei humildade é algo que abre portas e fecha portas – e vá viver sua vida, cultuar seus deuses, santos, sei lá… e seja feliz.

Obrigado por ler (leitura sempre é leitura, e leitura nunca é demais)

Kefron Primeiro.

 

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