#75 – Quando a Religião é o Problema

Existe no Brasil uma certa disputa por “fieis” no meio pagão, parece-me que quanto mais fieis uma pessoa consegue puxar para seu lado, para concordar com suas ideias, fazer suas “mídias crescerem”… melhor.

De alguma forma esses “Novos lideres” espirituais, mau começam suas jornadas, acabam largando mão do “caminho”, é mais ou menos aquele lance do poder, o poder sobe a cabeça, mexe com os ânimos, machuca os sentidos. Seria isso um teste que o mundo oferece para saber se uma pessoa é boa ou não para liderar algo? – pergunto isso porque realmente não entendo, e o mundo espiritual é os seres que trabalham do outro lado do véu, fazem seus trabalhos de forma que nunca iremos entender.

No Brasil, assim como em outros lugares do mundo, existem essas “Witches Wars”, as famosas guerras de bruxas, onde tais “seres” atacam suas próprias irmãs – bastando apenas que essas não concordem com suas ideologias ou faça parte de uma cultura diferente.
A Bruxaria é um todo, a bruxa faz parte do todo, a cultura da bruxa é o que da característica a ela. Mas ainda sim, uma bruxa não precisa ter necessariamente uma cultura, ela pode ser inserida em varias e viver muito bem entre as culturas – porque uma bruxa (bom pelo menos as bruxas que conheci, as bruxas de verdade, porque é importante ressaltar que nem toda bruxa vestida de lobo realmente é lobo, muitas bruxas vestidas de lobo para fazer parte dessa alcateia, é cabra – e de alguma forma ninguém quer ser a cabra, porque são as primeiras a serem sacrificadas) é livre de qualquer tipo amarra, ela é o ser no mundo que não pode ser conceituado, ela é o que é, ela é uma existência rara, exótica, estranha… o papel da bruxa no mundo é algo inexplicável.

Mas quem são elas? Bom, eu vejo como “Bruxa” não apenas a pessoa que se diz “Bruxa”, porque essas bruxaque se dizem bruxas deveriam saber o que são (mesmo que não saibam explicar – se você é realmente uma bruxa ou um bruxo, tente se conceituar, tente dizer o que você é… se você conseguir se conceituar em palavras, conceituar o que você faz em palavras, aqui começa uma grande suspeita, será que você é realmente um de nós? Para simplificar isso, imagine o “amor”, a “saudade” e a “Bruxa” – são coisas que não podem ser explicadas… mas ainda sim, tentamos.). mesmo que essas não saibam explicar.

Mas agora me diz, você esta entendendo o que estou falando? É importante que esses dois pontos fiquem claro:

1 – o que é a bruxaria
2 – o que é uma bruxa

é importante que isso fique claro porque aqui vamos falar de outra coisa, que é importante.

La em cima no começo do texto, falei que uma bruxa pode ter uma ou mais culturas, correto? Que culturas são essas?

Falo de cultura, o Candomblé, a Umbanda, a Wicca, O Conjure, o Roowtorker, O Reiki, o Xamanismo, a Thelema… são culturas…

Eu não consigo imaginar a Wicca misturada com o Canbomble, nem com nenhuma outra religião, assim como não consigo imagina a Umbanda misturada com a Thelema, ou o Xamanismo misturado com Candomble… mas não consigo imaginar isso porque esses sistemas são completos em si, essas religiões não precisam ser misturadas.

A partir do momento que o praticante vê necessidade de misturar as culturas religiosas, é necessário fazer uma analise do “porque” ele precisa fazer isso? O resultado final sempre será “um treinamento falho”, porque cultura é algo que não se cria, cultura tradicional apenas nasce, um dia percebemos que ela sempre esteve lá – quando alguém me diz que pertence a uma tradição, geralmente me pego pensando, onde será que nasceu essa tradição? Será que foi no Cafezinho Português que tem próximo a estação da Sé em São Paulo?

Estamos na Era da criação, as pessoas criam coisas, por que precisam se afirmar de alguma forma, as pessoas não querem mais se entregar para as tradições a modificarem – o trabalho de uma tradição, além de se manter viva, é ensinar pessoas como ela funciona, para que essas trabalhem para os deuses (como seus sacerdotes e sacerdotisas).

Então temos o Hoodoo, que chegou no Brasil, foi tomando corpo, foi crescendo, foi minguando, foi ficando forte e em alguns pontos doente em outros pontos se curando sozinho…

O que adoece uma religião, uma fé, crença, cultura magico-religiosa, é os adeptos – “me diga quem é teu líder e te falarei dos seguidores”

  • O Hoodoo é um sistema de “Feitiçaria”, dentro dele existe algumas subclasses, chamo elas de Conjure, Rootwork e Oráculos.
  • Os conjures são pessoas que conseguem se comunicar com todas as almas do mundo, usando suas vozes.
  • Os Rootworker são pessoas que conseguem se comunicar com todas as almas do mundo, usando as mãos.
  • Os Oráculos são pessoas que conseguem se comunicar com “a alma do mundo” e trazer informação de baixo para cima – eles fazem a leitura de todas as almas do mundo.
    É ate um tanto romântico isso, né mesmo.

O Hoodoo não é uma técnica inimiga das religiões, nunca foi, nem será, e aqui no Brasil ele se mantem muito bem, se alia a qualquer tipo de religião e ainda oferece suporte para as Bruxas que se sentem perdidas, possam usar seus poderes de forma tranquilo porque essa técnica (o Hoodoo) é forte e poderosa o suficiente para isso.

Algumas pessoas veem no Hoodoo, uma espécie de tradição “inimiga” por conta da completude que é o Hoodoo, com suas lavagens de chão, banhos, óleos que favorecem a vida, óleos que desgraçam a vida do inimigo, bonecas de cura ou de morte, poeiras felizes e também as que trazem infelicidade… bom, mas isso é parte da Cultura do Hoodoo, e sempre foi assim, e sempre será assim…

Qual é o Problema da sua Religião (?)

O Problema da maioria das religiões, é você que esta lendo esse texto, isso mesmo, nós somos o problema de nossas religiões. Isso porque geralmente queremos que as pessoas façam de nosso modo, aquilo que elas querem fazer do modo delas.
“Mas porque que fulano não pode fazer do meu modo?” – bom, porque seu modo, funciona do seu modo para você, entenda isso. O Seu modo é seu!
Assim, e é por isso que existe tanta “Guerra de bruxa” porque as pessoas não querem aceitar umas as outras como elas são, elas preferenciam fazer “Colonialismo cultural” ou seja, tentam impor sua religião como a maior, melhor, mais bonita – de modo que a religião do outro, pareça um nada… bom, deveríamos parar com isso! (mas provavelmente não iremos – mas deveríamos!).

O grande problema da sua religião, é que você pensa que precisa defende-la, quando na realidade isso não é necessário, as religiões não precisam de defesa, precisam de adeptos, e quando você discute com outras pessoas por conta dela, de alguma forma ou de outra, ela tenta se livrar de você, pois como organismo vivo, ela precisa existir (já ouviu falar em egregora?), e se você atrapalha a evolução dela, você se torna desnecessário(a).

Bom, espero que este texto te faça pensar sobre: você, sua postura no mundo, sua postura com relação a sua religão, sua postura com relação ao hoodoo, sua postura com relação ao seu próximo.
A intenção dele não é e nem atacou religião ou fés, apenas elucidou o que é algumas coisas.

Fico por aqui, e gostaria de sua opinião, sobre “Qual é o problema de sua religião…” você poderia me dizer?

Kefron Primeiro.

 

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