#138 – Aula para Bruxas: O Chamado do Sangue

Continuo achando que os livros bons sobre Magia, Bruxaria… já foram escritos…

Nesse atual momento de minha vida, não recomendo livros novos, que ao meu ver, não passam de misturas sem sentido de muito achismo… 

Antigamente, os escritores, registravam a magica-folclórica de seus povos (de onde esses autores vieram, nasceram…), e dos seus locais de nascimentos… os livros eram então levados para outros países e as pessoas praticavam outras culturas por acreditar que aquilo funcionaria para elas… funcionando ou não, aquela cultura X de um povo, continuava a existir, e nas mãos dos “Herdeiros do Sangue” a magica era novamente porque ela já estava ligada a ele – para os “forasteiros do sangue” ou para aquelas pessoas que não tinham nascido naquela região especifica de onde o folclore brotava, tal magia não funcionava.

Existe um ditado que diz “Só o querer não é o suficiente…” assim, a magica dos povos negros, só funciona naqueles que são “Herdeiros do Sangue” que possuem sangue de negro, e quanto mais puro o sangue, melhor…

E isso de “sangue” magico não é de hoje, não é uma criação minha, já esta aí a muito tempo. Tanto é que existe algo chamado “Bruxaria Hereditária” em que a crença magica só é passada, para aqueles que herdaram o “Sangue físico” e não espiritual, de um povo ou raça especifica…

O Sofrimento, a Morte e a Vida…

Por vivermos em uma sociedade de raízes puramente cristãs, somos uns dos poucos povos do mundo (falo de nós Brasileiros), que tendemos a romancear as coisas, torna-las leves, removendo delas os fatos que as tornam duras ou intragáveis… somos românticos e sensíveis – falo isso e ainda dou um exemplo.

Nas culturas tribais, quando nascia uma criança com problemas congênitos, ela era devolvida a terra; acreditava-se que todos viemos dessa “mãe” e deveríamos voltar a ela; essas crianças eram enterradas, ainda vivas – nesse momento, sua parcela romântico-cristã deve ter gritado “que horror” ou “que cruel”, mas na antiguidades, as pessoas acreditavam que para se manter vivo era preciso ter saúde, porque? Simples: “para se manter vivo”.

Nas culturas tribais, quando um idoso não tinha mais “serventia”, ele era também devolvido a terra, para que não consumisse recursos sem necessidade – por isso os idosos depois de um tempo, tornavam-se pessoas sábias, pois guiariam os novos pela fase que viria: a adulta; mas quando um desses idosos se tornava demente, por exemplo, ele era “descartado”, todos esses sinais, era uma forma da terra “falar”, pedir de volta para ela, o vivo… e esse voltaria para a casa dos seus antepassados, no paraíso dos Deuses…

O Cristianismo fez algo incrível, passou a pegar para si, todos que passavam em sua frente: velhos, crianças, doentes… todos tinham espaço ali, todos eram bem vindos – mesmo que eles não pudessem se ajudar, “Deus” proveria, mesmo que nem sempre… então para quebrar a cultura de morte, dos povos pagãos (aqueles que viviam nos campos, ou que eram alheios a fé cristã), milhares de dogmas sobre a morte, foram impostos… não podia matar, ou se matar, era um desses… pois o que te aguardava na vida do além, era terrível demais; assim, as pessoas deveriam esperar pelo seu momento, mesmo que a morte viesse pela fome, pela sede, pela dor, pelo frio… deveria ser natural, não causado pelas próprias mãos – quando a igreja matava alguém, era uma medida de prevenção, uma medida de profilaxia -, nesse caso era permitido, era santo mantar em nome de Deus…
O Cristianismo ensinou que o sofrimento, conduz a morte feliz… e carregamos isso ate hoje.

Sangue Hereditário das Bruxas Hereditárias… 

Mas porque o conhecimento só é mantido dentro da família. Bom, vamos voltar ao inicio dessa conversa, mas antes deixe-me fazer uma alusão…

Digamos que você seja um homem puramente negro, e sua mulher também, puramente negra, na família de vocês todos são puramente negros, isso em uma linhagem ininterrupta de pessoas… é possível que seus filhos nasçam Japoneses? Coreanos, Italianos, ou com características de aborígenes da Austrália? Não, correto?!

Quando se fala em Bruxaria Hereditária, falamos também que a “Magia” daquele povo só é passado de um a outro, através do sangue, assim como as características físicas, pois esta naquele grupo de pessoas, ou em pessoas ligadas intrinsecamente aquele povo por laços de parentescos.

O conhecimento verbal ou conhecimento oral, é a chave para que se abra as portas da magica do sangue, e quanto menos magica for usada, mas ela se perpetuará na família – mas existem muitas formas de uma pessoa entrar para a família, e partilhar de sua magica.

Na Bruxaria Hereditária, também se acredita no “Sangue Espiritual”, o sangue espiritual é a essência da família daquela pessoa… é a característica que a torna Bruxa mesmo não nascendo em uma família que contenha mágica – por exemplo, nas tradições de cunho luciferiano, as bruxas descendem de anjos, aqueles mesmos anjos que se rebelaram contra deus, e estavam na horda de lucífer (por isso que dizem “as bruxas adoram ao diabo”).

Quando essas bruxas morrem, elas nascem novamente dentro da mesma família, e as vezes, demora muitas gerações, tantas que não sobrou ninguém para contar sobre os segredos daquela família, deixando que eles morram, ou desapareçam, mas ela ainda é bruxa…

Mas como disse antes, as palavras são a chave para o sangue, e por não saber quem é quem, quando essas pessoas voltam do outro lado, por medida de segurança, o conhecimento só é passado de pais para filhos…

Toda via, os conhecimentos da cultura ficam abertos aqueles que pertencem a ela, de modo que as chame novamente para casa.

Então vem o que dói…

Quando uma pessoa se sente muito atraída por uma cultura, mas não possui sangue daquele povo, é possível que ela possa acessar os poderes daquela raça? – não, vamos voltar as características; uma pessoa que não é loira, pode ser tornar loira naturalmente?

Uma pessoa que não pertence a um grupo “magico” pode utilizar objetos mágicos de um grupo de pessoa que possui magica, e assim obter sucesso. Mas não pode participar daquele povo apenas por que quer, lembra do ditado lá em cima “só o querer não é o suficiente”.

Uma pessoa que não é loira, pode pintar o cabelo, mas ela sabe que não é loira… uma pessoa que não é bruxa, pode se fingir de bruxa, mas ela sabe que não é bruxa…

A Solução…

Em todas as culturas existem Bruxas… os italianos as chamam de Stregas; os Americanos de Witchs; os Filipinos de Bruhas, e os povos de língua latinas de Brujas… todos tendem a dizer que são as mesmas coisas – porque é mais fácil generalizar, intitular, rotular… mas cada uma dessas possui uma coleção de saberes únicos, e intrínsecos do seu povo.

Apenas pessoas Brasileiras e Portuguesas podem ser “Banzedeiras”, porque esta no sangue, nas crenças, nas palavras a determinadas divindades, na terra… nas plantas que nascem na terra e em uma vasta quantidade de característica que faz uma benzedeira, e o mais interessante, para você ser benzedeiro ou benzedeira, você deve ter sido benzido um dia – entende? Porque a energia daquela que te benzeu ou daquele que te benzeu, foi transferido para seu sangue (que é igual o dela)…

Para reclamar sua parte magico-folclórica de um povo, primeiro descubra o seu povo de origem… então descubra se entre eles havia “magica”, estude sobre os costumes… sobre as crenças, e reabsorva… a magica irá renascer… é assim que uma bruxa renasce… já conversei com algumas pessoas sobre esse assunto, e algumas delas chegaram a me dizer “não me sinto atraída pela cultura do meu povo, mas acho que estou ligada a outro povo por conta de uma vida passada” veja, vida passada é passada, e sempre nascemos dentro da nossa linha de sangue – negros são e sempre serão negros; japoneses são e sempre serão japoneses; brancos são e sempre serão brancos; indigenas são e sempre serão indigenas, o que carregamos é a nossa essência, e por mais que um povo tenha sofrido, ou não tenha sido reconhecido, ou porque tal povo é dito ser “melhor”, mais bonito, mas civilizado, mas aprimorado, não é feio ou errado, querer manter suas ascendências, e o poder delas…

Se você não sabe sua origem, e não sabe qual é seu povo, adote uma religião, assim uma divindade irá receber suas preces – é assim que nascem os sacerdotes e sacerdotisas…

tem pessoas que dizem não ter nascidos dentro de uma cultura, e ter respostas dela… penso que isso só é possível, dentro de culturas filosóficas, como o Budismo, ou culturas religiosas como o Hinduismo, Cristianismo…
Mas em Culturas Folclóricas, só quem tem o Sangue mesmo… e na MAGIA é assim, só quem tem sangue… o resto é só achismo…

Texto: Kefron Primeiro

 

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1 Comment

  1. Eu não faço a mínima ideia de qual é minha descendência mas minha mãe tem habilidades de cura mas nunca fez algo significativo, eu me sinto atraído por tudo que seja mágico, as vezes eu sinto como se pudesse sentir as emoções dos outros e eu leio bastante, quando leio e descrevem algo muito ruim ou mal eu acabo me sinto em pânico, eu tenho facilidade de feitiços de cura pranica e a distância, e proteção também, e uma vez eu quebrei o feitiço de um bruxo e ele acabou vomitando o próprio feitiço, eu já tentei entrar na mente de uma pessoa que se dizia ser um “ser” e consegui ter pequrnos flashes de imagens. Porém não tem ninguém que se diz realmente bruxo ou algo assim na minha família e minha avó se mudou pra cá, e ela veio de Belém então não tem como eu saber exatamente sobre minha descendência por não ter contato com mais membros da família, os próximos a mim são bem… ‘normais’

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