Tinha esse texto escrito a alguns anos, se não me falha a memória desde 2008 – ele contém alguns excertos de textuais de um outro texto da tradição Feri.
Quero esclarecer aqui que esse texto não se trata de hoodoo, mas foi concebido para estabelecer um culto em honra aos antepassados – ao meu modo, com nuances do Hoodoo, bruxaria, feitiçaria…; outra coisa que quero deixar claro é: Culto Aos Antepassados não é algo que faz parte do Hoodoo, embora seja praticado por muitos e muitos Conjures e Rootworkers, faz parte da raiz do Hoodoo mas não faz parte do Hoodoo.
Esse texto tem características e é baseado no que prático e chamo de Bruxaria Tradicional.
Um Ritual para honrar os antepassados.
Eu pratico assim:
Em um pilão macero, franquincenso (resina de incenso / Olibado) e pó de café. Queimo em um carvão, caminhando em círculo fazendo procissão, às 18h do dia antes ao dia das Bruxas ou no Dia das Bruxas ou um dia após (01/11) (dando três voltas no mesmo perímetro) – O proposito não é fazer um círculo magico, mas sim uma procissão… em quanto entoou:
“Meus pés caminharam o solo sagrado
Possam aqueles dentro da roda de ar
Serem testemunhas de meu selo mágico (Tocar a testa e o chão, tocar novamente a testa, o pulso direito e o chão novamente)
E aqueles que não foram girados (dentro da roda, em procissão)
Que eles nunca ouçam meu grito final:
‘Por qual olho?’ (Dito em sussurrado)*”
Acendo uma vela amarela, untada com azeite de oliva (de baixo para cima na vela). Então caminho continuando a procissão, entoando:
“”A meia noite Invocados, espíritos do outro lado,
Teu sangue, nossos ossos, minha voz,
Vos conduzem entre nós,
O Véu está tão fino,
Vamos agora comungar.
Desse lado meu sangue, do outro lado seu sangue, eu escuto me chamar.
Que a porta se abra e mais uma vez a nossa ligação seja fortalecida.
Sangue por sangue, osso por osso, parente por parente.”
Coloco a vela amarela no chão.
Em um copo ou xícara coloco 3 colheres de café, em cima água quente – nesse momento na fumaça do incenso vejo meus parentes perfeitamente.
Espero alguns instantes, então misturo o café e água com uma colher, dou um pequeno gole na mistura e digo:
“Que essa ligação que mais uma vez foi estabelecida seja frutífera e proveitosa. Que meus poderes corram sem seus ossos e voltem latentes para meu sangue,
Que a colheita seja sempre prospera e farta,
Que não faltem amores,
Que nunca o dinheiro seja escarço,
Que a mesa seja sempre farta,
Que possa haver sempre saúde,
Que possa haver sempre prosperidade e benção!”
Coloco a xicara no chão ao lado da vela, deixo que a vela queime até o fim. Então coloco a xícara no altar até o último momento em que meus antepassados caminharem sobre essa terra, sobre esse plano, 03 de Novembro – Um dia após o Dia dos finados, às 06h da manhã
Durante os dias Santos, acendo velas em honra aos que se foram, para que sua memoraria seja novamente revivida, para que eles possam caminhar e visitar outros vivos nesse plano.
*a fala do encantamento, é do lançamento do círculo da Tradição Feri, ‘por qual olho’ faz referência a uma lenda em que uma baba de um bebe fada lindo, ao passar um aguento em um dos olhos começou a ver o mundo espiritual, sendo que ela antes via um lindo palácio, e depois uma gruta e um bebe feio, assim, quando o pai do bebe fada descobriu ‘por qual olho’ ela a via na sua real forma, sem glamour, ele a cegou nesse olho. – Por que o mistério não é pra qualquer um.
OBS.: Só responderei as perguntas deixadas aqui em baixo nos comentários. Não responderei no Facebook, pra que outros aproveitem também a sua resposta, afinal sua pergunta pode ser a dúvida de outros.
Kefron Primeiro
Kefron os dias santos que vc se refere no texto, quais são? É os q antecedem o dia dos finados? De 31/10 a 3/11?
Daniela Alves
A mais uma duvida esse ritual pode ser feito dentro de casa ou na área externa da mesma?